Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Exercício e Saúde

by LONGAEVITAS.pt

Exercício e Saúde

by LONGAEVITAS.pt

23
Nov07

Dores Musculares

Longaevitas
Boa tarde!
Comecei a fazer exercício físico na semana passada num ginásio. Há muito tempo que não fazia absolutamente nada, sendo que a minha vida é bastante sedentária. Há dois dias atrás (terça-feira) estive então a fazer umas séries de repetições numa máquina de musculação, cujo execício consiste em abrir e fechar as pernas com diversas cargas que podem aumentar a dificuldade do exercício. A minha carga era de 20Kg. Aconteceu que na altura senti alguma dificuldade a executá-lo, mas consegui. No entanto, fiquei com dores nas virilhas. Ontem, mesmo tendo alguma dor, fui novamente para o ginásio, mas fiz apenas uma aula leve de step. Na altura não me senti mal, mas quando os músculos arrefeceram senti realmente dor nas virilhas e mesmo durante a noite enquanto dormia e hoje de manha quando acordei, senti muitas dores na mesma zona e tenho muita dificuladade em andar. Penso que estou com os músculos inflamados e a minha questão agora é o que devo fazer para que não sentir tanta dor e para tratar este problema.
Obrigada pela resposta e conselhos que me possa prestar!
 Com os melhores cumprimentos,
Ana Costa
 
Olá Ana,
 
Desculpe o atraso da resposta. Espero que neste momento já não tenha quaisquer queixas! Independentemente disso vou responder à sua questão. É habitual termos dores musculares quando iniciamos a nossa actividade física sobretudo se não o fazemos temperadamente.
 
Primeiro talvez seja importante falar um bocadinho sobre o tema. As dores musculares aparecem normalmente após uma sessão de treino exigente. Logo aqui podemos colocar a questão: o que é um treino exigente? Quando iniciamos um trabalho predominantemente metabólico ou mecânico devemos sempre avaliar a nossa capacidade máxima quer em termos cardiovasculares (VO2 máximo) quer em termos de resistência localizada (força máxima) e decidir a partir destes valores qual a intensidade inicial e a progressão das cargas que devemos impor para que possamos alcançar os resultados esperados. Isto quer dizer que os 20 kg podem ser uma carga elevadíssima para alguns enquanto que para outros podem ser adequados. Tudo será decidido com base numa avaliação inicial.
 
Ouvimos muitas vezes dizer que as dores musculares resultam dos resíduos finais (ácido láctico) que ficam após um esforço. Embora saibamos que durante o esforço e dependendo do tipo de esforço existem músculos mais sobrecarregados do que outros, também sabemos que a actividade física, seja ela qual for, obriga ao aumento do fluxo sanguíneo e a uma vasodilatação não só dos músculos mais solicitados mas de todo o corpo. Esta adaptação permite que não só que o ácido láctico circule por todo o corpo como permite igualmente que seja eliminado nos minutos a seguir ao esforço físico. Então afinal porque temos dores?
 
Quem faz exercício ou outra qualquer actividade pode experimentar dois tipos de dor sobretudo se o esforço, tal como já explicámos, não estiver adaptado as suas características morfológicas e à sua condição física. Pode sentir dor durante a execução do exercício ou durante os tempos de recuperação; mas também pode sentir uma dor que só se estabelece algumas horas (24 a 56 horas) após o terminus da actividade e que normalmente é proporcional à intensidade, duração e ao tipo de esforço realizado. No primeiro caso a dor está sobretudo relacionada com os produtos metabólicos finais e costuma desaparecer ainda durante o tempo de esforço. No segundo caso pode ou não estar associada à inflamação das fibras musculares mas estará certamente relacionada com o tipo de contracção muscular feita durante o esforço (MacArdle, 1998). A extensão excessiva do tecido conjuntivo do músculo, sobretudo no caso dos movimentos excêntricos (a contracção excêntrica gera duas vezes mais força que a contracção isométrica, recruta para o efeito um menor número de unidades motoras e gera, por isso, mais stress mecânico), a alteração do mecanismo de entrada e saída de cálcio (o estiramento muscular altera a permeabilidade da membrana celular e rompe as proteínas estruturais das fibras, do tecido conjuntivo e do sarcolema, desequilibrando deste modo a função dos íons de cálcio, e possibilitando a presença de alguns microrganismos que causam inflamação). O organismo para se proteger vai libertar substâncias vasodilatadoras que estimulam as terminações nervosas geradoras de dor. Portanto a dor funciona como um mecanismo de protecção!
 
Mas se queremos de facto protegermo-nos devemos primeiro iniciar a actividade depois de se termos feito uma avaliação rigorosa da nossa condição física, começando sempre por esforços leves e exercícios que solicitem um grande número de grupos musculares, depois se esta primeira premissa não for respeitada podemos tomar antinflamatórios orais, fazer uma massagem com um gel antiinflamatório, ou mesmo utilizar infravermelhos para reduzir o processo inflamatório.
 
Nunca nos devemos esqueçer que a dor é um sinal de que algo não está bem. Se a dor persistir e aumentar devemos suspender a actividade tal como manda a lógica e o bom senso!!!
Espero que esteja bem e que esta explicação já não lhe faça falta!
Bons treinos!
 
Longaevitas Wellness Care Center
214220091
 

3 comentários

Comentar post